Aprovado no CACD 2017, Lauro Grott também nos conta um pouco sobre suas estratégias para as provas de língua inglesa. O diplomata respondeu às perguntas sem antes ver as respostas de Maybi Mota; depois de vê-las, ficou surpreso com as semelhanças entre as respostas e destacou que essa série de perguntas e respostas pode, de fato, esclarecer vários pontos a candidatos.
Você já tinha conhecimentos avançados da língua inglesa quando começou a estudar para o concurso?
Eu não tinha conhecimentos avançados de língua inglesa. Na minha adolescência, cursei escolas de inglês de forma esporádica. Retomei os estudos da língua estrangeira completamente enferrujado e tive muito trabalho para alcançar o nível exigido pelo concurso. Acredito, no entanto, que eventuais deficiências sempre podem ser supridas.
Qual foi a melhor maneira que você encontrou para estudar vocabulário novo e fixa-lo?
Revisar e revisar insistentemente flashcards. Há outras formas de fixar vocabulário, como tabelas ou bancos de palavras, mas esse foi o método mais eficiente que consegui encontrar para mim. Acatei às diversas sugestões que a professora Selene dava em seus feedbacks, bem como anotava quaisquer palavras que eu pensava serem relevantes para o concurso e que eu encontrava em textos de língua inglesa em geral, fossem notícias, fossem artigos ou romances.
Como você estudava collocations, em particular?
De início, utilizei muitos dicionários de collocations, e, posteriormente, dei ênfase aos flashcards, novamente. Em particular, foram-me muito úteis aqueles que criei com base em meus próprios erros, assinalados nos simulados que eu realizava com a Selene. Para cada erro que eu cometia, inseria um novo cartão para que as lacunas fossem suprimidas. Penso que os erros são mais didáticos que os acertos, por isso que eu dava bastante atenção a eles.
Que tipo de exercícios complementares aos simulados (vocabulário, gramática, tradução etc.) você acha imprescindível fazer?
Algum método de revisão, como flashcards, tabelas ou bancos de palavras. Por experiência, sei que diversos equívocos são difíceis de serem corrigidos, principalmente ao serem levados em conta aqueles que foram cometidos meses atrás. Não só para os estudos de línguas (mas para eles também), a revisão é essencial: não uma ou duas vezes, mas cinco, dez ou vinte – o que for necessário para se assegurar que o mesmo erro não se repita.
Como você se preparou para a primeira fase do exame? Apenas através da resolução de questões de interpretação de texto no formato das questões do CESPE?
Acredito que, em grande medida, o estudo para a segunda fase auxilia na resolução do TPS. Não é possível prever quais palavras, collocations ou expressões serão cobradas na primeira fase. Por esse motivo, cabe ao candidato aprimorar-se em aspectos gramaticais e de vocabulário mais essenciais, sem a pretensão de adivinhar o que cairá na prova. Eu diria que, para o TPS, seria de fato imprescindível conhecer o modelo da prova, e não necessariamente preparar-se para pontos específicos que serão abordados em um ou outro item – que nós nunca sabemos quais serão.
Você tinha alguma estratégia no que diz respeito a deixar respostas em branco?
Já vi pessoas ficarem entre os 10 primeiros colocad@s no TPS marcando todos os itens ou deixando grande quantidade em branco. Acredito que o candidato deva escolher a opção com a qual se sinta mais confiante. Em inglês, eu assumia maior risco e deixava de marcar apenas os itens sobre os quais eu não tinha qualquer conhecimento, em particular aqueles sobre expressões e vocabulários aleatórios.
Em que ordem você acha aconselhável fazer as tarefas da prova de inglês de segunda fase?
Optei por seguir a ordem tradução, version, summary e composition, mas essa não precisa ser uma regra de forma alguma. Creio que a ordem em que se faz a prova não altera grandemente o resultado. Para alguns, realizar a composition primeiro traz alívio, por ser o exercício de maior peso e que leva mais tempo; para outros, realizar as tarefas menores faz que sobre mais tempo para elaborar a composition. Em suma, não há regra a ser seguida, senão a de que se faça o que deixa o candidato mais confiante.
Quanto tempo você acha aconselhável reservar para cada tarefa da prova de inglês de segunda fase?
Levando-se em conta o prazo de cinco horas da prova de 2017, eu diria, de forma geral, que o candadidato deveria reservar uma hora para a tradução, uma hora para a version, uma hora para o summary e o restante do tempo para a composition. Claro, a tradução para o português pode demorar menos do que isso – e o summary um pouco mais. A questão é saber controlar o tempo para não se perder em uma atividade e comprometer a qualidade dos exercícios que faltam serem feitos.
Como era seu processo para cada tarefa da prova de inglês de segunda fase?
A tradução para o português era a atividade que realizava no menor período. Traduzia procurando expressões exatas e que soassem naturais.
A version talvez tenha sido a atividade mais desafiadora para mim, pois era necessário preocupar-me com a correção gramatical, com a precisão da tradução e com a fluidez do texto. O que geralmente ocorre é de o candidato focar em um desses aspectos e esquecer-se dos demais. O desafio, assim, seria manter o equilíbrio entre esses três objetivos.
No summary, adotei a estratégia de fazer um pequeno resumo de cada parágrafo que lia. Ao terminar o texto, unia as anotações de forma coesa e simplificava a linguagem, de modo que ela ficasse a mais sucinta possível.
Por fim, elaborava a composition com base no que seriam os parágrafos do texto. Definia em linhas gerais o que seria a minha tese e quais seriam meus argumentos. Iniciava meu rascunho. Policiei-me para não exagerar nas expressões e perder a fluidez do texto. No dia da prova, acabei rasurando meu texto em demasia, razão pela qual recomendo que se tenha muita certeza de que seu texto já está finalizado quando chegar a hora de transpô-lo para o caderno de texto definitivo.
Alguma dica de ouro para os candidatos?
Revisem seus erros metodicamente. Na segunda fase, mais do que engenhosidade, a prova de inglês privilegia precisão, razão pela qual se deve evitar ao máximo o cometimento de erros básicos ou de equívocos que o candidato realiza com frequência. A meta deve ser ganhar o máximo de pontos possíveis, e isso se consegue ao minimizar a margem de erros.